Santa Maria-Mato Grosso

Pesquisadores firmam parceria para analisar efeito da urbanização na evolução

Carmen Staggemeier Xavier

Foto: Fabio Angeoletto (Arquivo Pessoal)

Com o objetivo de analisar a evolução de espécies em distintas áreas, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) participam do Projeto Evolução Urbana Global, ou Glue, sigla em inglês para "Global Urban Evolution Project". A iniciativa abrange o estudo de uma planta presente em todos os continentes, o trevo-branco (Trifolium repens), e busca compreender os efeitos da urbanização na evolução dessa espécie.

A pesquisa teve início em Rondonópolis, no Mato Grosso. Mas, como o trevo-branco não ocorre naquela região, os pesquisadores do Mestrado em Geografia da UFMT, Fabio Angeoletto e Deleon da Silva Leandro, firmaram uma parceria com a professora Liliana Essi, do Mestrado em Agrobiologia da UFSM. Angeoletto, Leandro e Essi estão coletando trevos-brancos em diferentes pontos das zonas rural e urbana de Santa Maria. O projeto está sendo desenvolvido em 181 cidades do mundo, e Santa Maria, segundo os pesquisadores, é a única brasileira que faz parte do estudo.

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- A cidade é ideal para a coleta de dados para o Projeto Glue, porque seu clima é subtropical, e as temperaturas, no inverno, podem cair abaixo de 0°C, o que contribui para o estudo - explica o professor Fabio Angeoletto.

A pesquisa também traz contribuições diretas para o município. Segundo a professora Liliana, a parceria ajuda a ampliar a divulgação de Santa Maria junto à comunidade científica.

- O projeto reforça a internacionalização da pesquisa na UFSM. Além disso, os resultados também poderão contribuir, futuramente, na compreensão da dinâmica ambiental urbana do município - destaca.

O ESTUDO
As plantas coletadas em áreas urbana e rural estão sendo testadas para a presença de cianeto de hidrogênio no Laboratório de Genética Vegetal da UFSM, sob a coordenação da professora Liliana Essi. A escolha do trevo-branco ocorreu pelo fato de a planta aparecer em todos os continentes e produzir moléculas que atuam na defesa do organismo. Assim que essa etapa for concluída, os resultados serão enviados aos coordenadores do Projeto Glue, no Canadá. A finalização do projeto está marcada para janeiro de 2019, e os pesquisadores esperam compreender melhor a biologia das espécies que habitam as cidades.

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- Quanto mais soubermos sobre aspectos da biologia das espécies vegetais e animais que habitam os ecossistemas urbanos, mais teremos condições de planejar as cidades para que elas ofereçam maior suporte à biodiversidade. As cidades têm condições de abrigar mais vida silvestre, desde que sejam preparadas para isso - conclui Fabio Angeoletto.

Os santa-marienses podem ajudar, indicando locais onde há populações de trevo-branco. O contato pode ser feito pelo Whatsapp (66) 98143-2045.

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